sábado, 20 de agosto de 2011

32. Nada de 'movimento' que dá movimentos fenomenológicos ...

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L.T.
: Retomando os teus três últimos mails. 'Simultaneamente' é 'ao mesmo tempo'. Mas, tal como escreves, sobre as Marges do Derrida, " [...] ela [différance ] é simultaneamente mesmo de economia e outro de excesso". Portanto, há uma 'diferença' naquele 'simultaneamente' da différance. Daí a escrita, l'écriture (escrit-ura)?
Acho que tens razão no teu último mail. Agora me parece que isto não tem a ver com a 'simultaneidade', como dizes, da "doação com retiro platónica".
Será que aqui, nesta escrita, na escrit-ura, na différance, se poderá falar de 'movimento' (lá vamos para Aristóteles), enquanto trace, rastro, marca, marche, grama, com as "incidências em química dos átomos e moléculas"?
25/6/2011
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F.B. : Será que aqui, nesta escrita, na escrit-ura, na différance, se poderá falar de 'movimento'. O Derrida fá-lo, pondo 'movimento' entre aspas, porque não se trata do movimento de algo, de movimento fenomenológico, mas dum 'movimento' (que eu diria 'nada de movimento', à maneira do Heidegger, porque não substancial) que dá movimentos fenomenológicos, aristotélicos. É justamente o que escapa aos exemplos: nas falas duma conversa, dum lado e doutro, há movimentos sonoros e seu entendimento pelos locutores; a différance será algo que dá tanto essas falas sonoras como a língua comum que permite o entendimento. A língua é a mesma, cada fala excesso sobre ela. Mas não há língua sem falas (ou escritas) como não há espécie canina sem cães individuais. A espécie, neste caso, está muito perto da différance (tentei ligá-la ao Ereignis de "Tempo e ser").

25/6/2011

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Vídeo para instalação de Luís de Barreiros Tavares

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