quinta-feira, 22 de setembro de 2011

33. Platão. Mnêmê e hypomnésis, etc.


Concluída a primeira parte deste blogue que compreende 2 anos de troca de ideias, perguntas e respostas por e-mail.


L.T. : Ando a ler com mais atenção o formidável texto La Pharmacie de Platon no La Dissémination do Derrida (Seuil, Col. Tel Quel, 1972). A par disso gostaria de colocar uma questão com as passagens 275d e 278a no Fedro de Platão. Consultei 3 versões francesas (2 bilingues) e 1 portuguesa (trad. P.Gomes). Por exemplo, na tradução do Fedro pelo Chambry (Flammarion, 1974) cito os passos que me parecem mais importantes para a questão: "... s'il pense que des discours écrits sont quelque chose de plus qu'un mémento (hypomnesai ) qui rappelle à celui qui les connait déjà les choses traitées dans le livre." (275d). "... et qu'en réalité les meilleurs discours ne sont que des mémentos (hypomnesin ) pour ceux qui savent; ..." (278a).
Nas poucas linhas que seguem é difícil mas vou tentar.
Cito o Derrida: "Socrate reprend ainsi l'opposition majeure et décisive qui sillonait la manteia de Thamous : mnèmè / hypomnesis. Opposition subtile entre un savoir comme mémoire et un non-savoir comme remémoration ... (Dissémination, p.155)." Ora, aqui 'mémoire' remete para oralidade, e 'remémoration' para a escrita.
Certo, mas a hypomnesis ('mémentos', fr. E. Chambry na Flammarion; serve para rememorar; rememoração; memorando ...) não é a escrita enquanto longos discursos escritos que se opõem aos orais, digamos, estes enquanto são "feitos para serem estudados, pronunciados para a instrução dos auditores e verdadeiramente escritos na sua alma" (Fedro, 278a). De facto o Derrida viu esta diferença : " L'hypomnèse à partir de laquelle s'annonce et se laisse ici penser l'écriture, non seulement ne coincide pas avec la mémoire mais ne se construit que comme une dépendance de la mémoire." (Dissém., p. 155). Mas porquê então esta quase equação entre as duas oposições: mnème / hypomnesis - na citação que acima fiz do Derrida - e oralidade /escrita?
Noutros contextos (Séneca, Epicteto...) Foucault faz uma análise favorável dos chamados hypomnemata no texto A escrita de si no livro O que é um autor?
Resumindo, com todo o respeito por Derrida e Stiegler (deste tenho um texto sobre isto), e outros que nem sequer li, creio que a noção de hypomnesis me parece difícil de determinar, e não está definitivamente pensada.
Não sei se estou a colocar bem a questão nem se estou a ler da melhor maneira estes textos.
10/7/2011
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F.B. : A questão é relativamente simples. A memória (mnêmê) é tua e joga no que tu dizes, vem da tua alma. O memento (hypomnêsis), literalmente submemória, é o que tu escreveste para não te esqueceres e a que voltas mais tarde, é pois uma mnêmê que recorre à escrita; o problema para Platão é que pode-te sobreviver e é acessível a outros, que podem não a entender sem que tu estejas lá para responder por ela. Platão fê-lo também, primeiro para guardar as lições de Sócrates (parece haver uma alusão a isso, fictícia, é claro, no preâmbulo do Parménides, quando se explica como é que se guardou uma discussão antiga), depois por exigências das lições da Academia. E perpassa no texto uma crítica ao que se chama autodidactas, que Platão detesta, porque lêem livros de gente que nunca conheceram, a quem pudessem ouvir as lições e pedir explicações.
O que Platão sublinha é que a escrita tem a ver estruturalmente com a morte do seu autor, o que para ele é negativo enquanto pensador mas historicamente positivo para o escritor que disse mal da escrita escrevendo, e para todos nós, que somos seus descendentes, mesmo os que nunca o leram e os que se opõem ao platonismo (como logo Aristóteles iniciou essa guerra).
Ora, Derrida mostra como Platão usa o termo pharmakon, droga, para designar a escrita, um termo que tanto diz remédio como veneno, o que lhe permite colocá-la antes da oposição entre bem e mal, vida e morte, que governa o discurso de Platão: é isso o logocentrismo, o privilégio do logos, discurso e pensamento, o que está próximo da alma, do que fala, contra a distância que o escrito, por estrutura, vem a ganhar em relação ao escritor. No último texto de Marges, ele mostra como o discurso oral, assim privilegiado por toda a tradição filosófica até Heidegger, também é uma inscrição que se repete (a língua são regras que se repetem em todos os interlocutores como condição de se entenderem, ao invés dos estrangeiros), já que que se aprende e assim vence igualmente a morte, doutra maneira sem dúvida. A aprendizagem, que dura toda a vida, só é possível como citação: se é certo que as alteramos, não o é menos que só falamos porque citamos, vivos e mortos.
13/7/2011
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“ L’opposition entre entre mnèmè et hypomnésis commanderait donc le sens de l’écriture. Il nous apparaîtra que cette opposition fait système avec toutes les grandes oppositions structurales du platonisme. Ce qui se joue à la limite entre ces deux concepts, c’est par conséquent quelque chose comme la décision majeure de la philosophie, celle par laquelle elle s’institue, se mantient et contient son fond advers.
Or entre mnèmè et hypomnésis, entre la mémoire et son supplément, la limite est plus que subtile, à peine perceptible. De part et d’autre de cette limite, il s’agit de répétition. La mémoire vive répète la présence de l’eidos, est aussi la possibilité de la répétition dans le rappel. La vérité dévoile l’eidos ou l’ontos on, c’est-à-dire ce qui peut être imité, reproduit, répété dans son identité. Mais dans le mouvement anamnésique de la vérité, ce qui est répété doit se présenter comme tel, comme ce qu’il est, dans la répétition. Le vrai est répété, est le répété de la répétition, le representé présent dans la représentation. Il n’est pas le répétant de la répétition, le signifiant de la signification. Le vrai est la présence de l’eidos signifié.”
Derrida, J., La Dissémination, Paris, Seuil, col. “Tel Quel”, 1972, p.126 e 127.
“(…) Socrate tient donc la voix du pére, il est le porte-parole du pére. Et Platon écrit à partir de sa mort. Toute l’écriture platonicienne – et nous ne parlons pas ici de ce qu’elle veut dire, de son contenu signifié : la réparation du pére au besoin contre le graphè qui decida de sa mort – est donc, lue à partir de la mort de Socrate, dans la situation de l’écriture accusée dans le Phèdre. L’emboîtement des scènes est abyssal. La pharmacie n’as pas de fond.”
“Socrate: C’est celui qui, accompagné de savoir, s’écrit dans l’âme de l’homme qui apprend (Os met’ epistemes graphetai en tè tou manthanontos psuchè), celui qui est capable de se défendre lui-même (dunatos men amunai eautô) et qui, d’autre part, sait parler aussi bien que se taire devant qui il faut.
Phèdre: Tu veux dire le discours de celui qui sait (tou eidotos logon), discours vivant et animé (zônta kai empsuchon) duquel on pourrait dire en toute justice que le discours écrit est un simulacre (eidolon) ?
Socrate: Eh oui! Absolument (276 a ).”
La Dissémination, p.170 e 171.
L.T. : "Et Platon ecrit à partir de sa mort [de Socrate]." Platão faz-se falar através da sua escrita a partir da fala de Sócrates. Sócrates faz-se escrever através da sua fala a partir da escrita de Platão. Há aqui um momento/movimento histórico decisivo da relação entre a escrita e a oralidade. Mas talvez isto não seja assim tão simétrico.
E no entanto "C’est celui qui, accompagné de savoir, s’écrit (graphetai) dans l’âme de l’homme qui apprend." "Aquele que sabe por ele mesmo defender-se". "Que sabe falar tanto quanto calar-se diante o que for necessário." Mas que silêncio é este?

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L.T. : Dizes a dado passo na entrevista do blog Compreender as coisas que o teu trabalho é no campo teórico. Pode-se dizer que este é um trabalho de retiro mas agindo porém na realidade? Se assim é, como fazer compreender aos ‘homens da ciência’ (refiro-me aqui principalmente aos cientistas não teóricos) - que à partida talvez se suponham menos em ‘retiro’, pois são considerados homens de experiências e de descobertas - que, no entanto têm dificuldades em fazer uma espécie de ponte entre o laboratório e a cena ou a dita realidade (ladite réalité), como referes também nos teus textos? Como é que, por exemplo, o pensador, o filósofo conseguem elucidar o cientista, digamos assim, na compreensão da necessidade de um trabalho da linguagem, cujo papel, segundo o teu ponto de vista, me parece, é decisivo neste jogo do laboratório e da cena do aleatório?
25/9/2011

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F.B. : A dizer verdade, não tenho grandes expectativas de conseguir tocar os cientistas, nem os teóricos, quanto mais os experimentais. O problema de 'retiro' seria o dos paradigmas enquanto ligando o que se faz nos laboratórios, aonde é a dimensão teórica que está em jogo: o que haveria de fazer compreender, como tentei com a bióloga Teresa Avelar sem sucesso, seria a cena, biológica no caso, a que eles chamam 'ambiente' e não entendem que seja palco da lei da selva; sabem-no empiricamente, é claro, falam de predadores, como falam de clima e de outras coisas 'ambientais', mas estando fixados sobre o organismo (comandado pelos genes), não vêem a cena biológica como a lógica de toda a vida animal e vegetal, palco da evolução. É nos genes que têm os olhos, nem sequer na anatomia. Ora, esta perspectiva vem-lhes - filosoficamente - desde o liceu pelo menos, nas aulas de ciências e outras, mais do que nas de filosofia. Por isso, não só não me lerão mas se me lessem não percebiam, porque se trata do paradigma deles (o 'retiro' que move o que fazem), algo de 'quase inconsciente'. Este é o 'retiro estrito' em psicanálise, aonde se não entra, que apenas poderá ser tocado num processo em que a pessoa está fortemente empenhada. Ou seja, se entendessem de facto a revolução do Heidegger e do Derrida no pensamento, escangalhava-se-lhes o paradigma, ficavam sem saber o que fazer.
A coisa, se passasse e para passar, deveria passar por outro horizonte, primeiro filosófico que discuta e aceite a perspectiva de filosofia com ciências e depois poderá chegar à formação dos futuros cientistas. Já dizia o Planck, físico teórico dos quanta, após andar a discutir com colegas, que a verdade não triunfa, os seus adversários é que morrem. A não ser que cientistas teóricos, à maneira dos fortemente empenhados, busquem sair dos impasses dos seus paradigmas e procurem outra coisa, como o Prigogine andou atrás dos filósofos para tentar compreender o tempo irreversível.

25/9/2011
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L.T. : “Ora, esta perspectiva vem-lhes - filosoficamente - desde o liceu pelo menos, nas aulas de ciências e outras mais do que nas de filosofia.” Pode-se dizer então que foram tomados de viés pela filosofia já que esta através dos conceitos e da definição marca a cultura greco-europeia nas disciplinas sejam elas quais forem como indicas num texto que publicaste sobre a questão da Filosofia no campo da educação e do ensino?
Vj. o texto “Para que serve a filosofia?” em:
26/9/2011
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F.B. : Sim, é isso.
26/9/2011






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L.T.
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1. Foi Aristóteles que fez da linguagem um instrumento?
2. Alguns leitores, podendo não compreender suficientemente certos textos teus serão levados a pensar que a questão da linguagem na tua obra, saindo de um papel secundário, de mediação, de expressão, etc., não passa no entanto a um lugar prevalecente numa qualquer hierarquia. Isso não poderá levá-los a pensar num momento de aporia em que a linguagem carece ainda de ser determinada ou definida?
Para responder a este problema ocorre-me ir buscar aos teus textos três exemplos entre outros possíveis.
1. Na leitura que fazes da “zona não fenoménica correlativa” (ver citação na mensagem 25 deste blog);
2. O desenvolvimento que dás à questão da ‘matéria de empréstimo’ (Capít. 11 do Jeu des sciences, e em La philosophie avec sciences – capít. Quatre types d’inscription) ou Dispositivos de inscrição: neurónios, papel, circui­tos electrónicos
Ver texto:
3. As abordagens acerca da dupla articulação da linguagem de André Martinet e as questões que apresentas quanto à Linguística na mesma citação da mensagem 25 deste bLogos. Ver também mensagem 29.

25/9/2011
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F. B. :
1. Não penso que tenha sido Aristóteles a fazer da linguagem um 'instrumento', o título organon significa qualquer coisa como 'regras de argumentação', instrumento no sentido do que serve para argumentar. A 'lógica' dele não é uma ciência, como os outros saberes de que se ocupou, pertencentes à phusis, faz parte do logos, é uma espécie de gramática do logos, do discurso-pensamento que trabalha nas ciências e na filosofia. Mas se o logos é tanto pensamento como discurso, não tem sentido que este seja instrumento daquele; pelo contrário, já se falou disto aqui, Aristóteles é parmenidiano, o pensamento é pensamento do ser, dizer, pensar e ser são o mesmo: não idênticos, claro, não se confundem, mas não se separam. As separações são cosmopolitas, implicam várias línguas e gente bilingue, capazes de distinguirem o mesmo pensamento em línguas diferentes. Sem ter a certeza de haver essa redução da linguagem a instrumento da razão em Cícero (o tradutor da definição zôon echon logon, o animal com logos, discurso, em animal racional), ela dá-se certamente no século XVII cartesiano e da Gramática (lógica) de Port Royal.
2. O que chamas aporia, se bem entendi, é mais um risco do que uma aporia, o de se substancializar o que a desconstrução (heideggeriana e/ou derridiana) desubstancializou. Por exemplo, a frase paradoxal de Derrida: 'não há fora de texto', pode ser lida dessa maneira absurda, fazendo dela um slogan idealista. Mas ele mais não diz do que nós 'vemos, ouvimos e lemos' com palavras e regras linguísticas, "na palavra está já o olho e o mundo", diz ele (A Voz e o Fenómeno). A différance é prévia à linguagem, oral ou escrita, e não é susceptível de nenhum privilégio não sendo nada.
26/9/2011
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L.T. :
1. Estive a ler o capítulo “A frase nominal” do Problèmes de linguistique générale de Benveniste. Gostava de colocar uma questão sobre a cópula, a frase nominal e o erro. Não queria deixar de abordar o Benveniste que estou interessado em ler melhor. Seguindo os parágrafos § 41- 45… do La philosophie avec sciences e lendo a nota 26 (vj. mensagem 7 deste blogue): É por isso que o erro é pedra de toque do trabalho e textos gnoseológicos da filosofia e das ciências? “Mas o erro, filosófico ou científico, pode também ter lugar num texto gnoseológico” (nota 26). Pois me parece que, segundo esta tua leitura, os cientistas e os filósofos erram graças à cópula e à frase nominal. Sendo no entanto também graças a estas e ao erro que avançam por tentativas e erros? Se assim é, filósofos, cientistas e pensadores, incluindo as indispensáveis áreas das ciências sociais e humanas, como defendes, deverão dar mais atenção a estas questões? Quando pelo contrário muitas das vezes parece não darem suficientemente por elas, pois não as têm na devida conta?
2. Em meados da década de 90, em conversa numa aula, eu disse a propósito da questão da lógica : "o ser da lógica é o ser da relação [cópula]." Não me lembro da tua reposta … Isto faz algum sentido?
29/9/2011
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F.B. :
1. Essa nota significa apenas uma observação a Benveniste que inclui a 'verdade' como própria da frase nominal, a qual frase eu estendi ao tipo gnosiológico. Ora, não só pode haver frases nominais (sem variabilidade em relação à ordem das coisas) que sejam 'erradas', tipo slogans publicitários, por exemplo, como muito mais os textos gnosiológicos não são sem mais "uma verdade proferida como tal" (Benveniste). Bem pelo contrário, o lema da filosofia é o debate entre pensadores que consideram errado o que outros escreveram, convencidos de ser verdade. Não se trata pois de errar graças à cópula, nem de chamar a atenção de quem quer que seja para a 'verdade' ou 'erro' do que escreve. Apesar de tudo, quem escreve tem noção de que deve escrever 'verdadeiro', ou 'certo'. A textualidade, como qualquer conversa, está sujeita à lei da verdade, dê-se ou não por isso. Qualquer 'erro' só passa por parecer verdade, até que alguém o discuta. Igualmente a mentira tem que parecer verdadeira para funcionar, e a ficção deve ser verosímil, excepto para os surrealistas, mas mesmo estes só puderam vingar por transgredirem a lei da verdade!
2. Quanto a "o ser da lógica é o ser da relação [cópula]", não tenho a menor ideia do contexto disso, não posso dizer nada.
2/10/2011










“A dificuldade em Zenão exige ser discutida; pois se todo ser ocupa um lugar, é evidente que haverá um lugar do lugar, e assim ao infinito.” (Arist., Phys. IV, 1, 209ª 23) in Gerd A. Bornheim (org.), Os filósofos pré-socráticos, S. Paulo, Cultrix, 1977..
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“E conta-se que passava Pitágoras ao ser castigado um pequeno cão; sentiu piedade e pronunciou as seguintes palavras: “Pára de bater. Pois é a alma de um amigo meu, que reconheci ao ouvir os seus gemidos.” (Xenófanes de Cólofon, frag. 7). In Bornheim

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“Nascemos todos da terra e da água” (Xenófanes de Cólofon, frag.33.) in Bornheim

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“Quem começa um discurso, deve, parece-me, tomar um ponto de partida incontestável e exprimi-lo de maneira simples e digna.” (Diógenes de Apolónia, frag.1.)

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“Todas as coisas estavam juntas, ilimitadas em número e pequenez; pois o pequeno era ilimitado. E enquanto todas as coisas estavam juntas, nenhuma delas podia ser reconhecida devido a sua pequenez. Pois o ar e o éter prevaleciam sobre todas as coisas, ambos ilimitados. Pois, no conjunto de todas as coisas, estas são as maiores, tanto em quantidade como em grandeza.” (Anaxágoras de Clazomena, frag.1) in Bornheim

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“No que é pequeno não há um último grau de pequenez, mas sempre um menor; pois é impossível que o que é cesse de ser pela divisão. Mas também no grande há sempre um maior; e é igual em quantidade ao pequeno; em si mesma, cada coisa é grande e pequena.” (Anaxágoras de Clazomena, frag.3) in Bornheim

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“Em verdade, nada aprendemos que seja infalível, mas somente o que nos vem através da disposição momentânea do nosso corpo e dos (átomos) que nos atingem ou se lhe opõem” (Demócrito de Abdera, Escritos físicos, frag.9) in Bornheim

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“Leucipo e Demócrito explicam a percepção e o pensamento como modificações do corpo.” ( Leucipo de Abdera, Doxografia, Aécio. IV, 3,7) in Bornheim

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“Deve-se chegar ao conhecimento daquilo que se ignora aprendendo de um outro ou por pesquisa própria. O aprender se faz com um outro ou por meios estranhos; (…) Encontrar sem pesquisa é difícil e raro; quando se pesquisa, contudo, torna-se acessível e fácil; e aquele que nada entende da investigação nada pode encontrar. (…)” Arquitas de Tarento, frag.3) in Bornheim

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“Harmonia é a unidade do misturado e a concordância das discordâncias” (Filolau de Cróton, frag.10) in Bornheim

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“Sempre foi o que foi e sempre será: pois se tivesse sido gerado, antes de ser necessariamente seria nada. Mas se nada era, nada poderia ter sido gerado do nada” (Melisso de Samos, frag.1) in Bornheim

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“(…) Se existem muitas (coisas) são (numericamente) ilimitadas. Pois há sempre entre elas outras, e entre estas ainda outras. E assim são elas ilimitadas” (Zenão de Eléia, frag.3) in Bornheim

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“Os homens morrem porque não podem unir o princípio ao fim” (Alcmeão de Cróton, frag.2) in Bornheim

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“ Outros julgavam que a terra repousa sobre a água. Esta é a mais antiga doutrina por nós conhecida e teria sido defendida por Tales de Mileto. “ (Arist., De Coelo B 13, 294ª 28)

Gerd A. Bornheim, Op. cit. [ver mens. 2]





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Imagens: pintura e fotografia - obra plástica de Luís de Barreiros Tavares



Vídeo para instalação de Luís de Barreiros Tavares