sábado, 20 de agosto de 2011

7. Luce Irigaray. E sobre a questão da linguagem humana. Citações...



Erekteion
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L.B. : Aqui vai um texto que transcrevi do livro de Luce Irigaray (Speculum, de l’autre femme) que me parece interessante. Li uns textos de alguns livros de Irigaray em meados de oitenta ("Speculum, de l'autre femme", “Ce sexe qui n’en est pas un”, "L'oubli de l'air" ). Conheci os textos dela nessa época a partir de umas publicações do departamento de Comunicação Social da UNL no jornal “Diário de Lisboa”. Conheço-a mal, mas lembro-me que o Fernando escreveu sobre ela por essa altura.


« Des hommes, donc, demeurent dans cette caverne depuis leur enfance. Depuis toujours. De cette espace, ou lieu, ou topographie, topologie, de l’antre, ils ne sont jamais sortis. Quel que soit – forcément – le bascule au tour d’axes de symétrie qui organise, à leur insu, ce séjour. Enchaînés par le cou et les cuisses, ils sont maintenus têtes et sexes en direction de l’avant, de l’en face. Lesquels, dans le récit de Socrate, ne sont autres que le fond de la caverne, de l’antre : représentation d’un supposé toujours déjà là de la matrice originelle non représentable par ces hommes tenues par des liens qui les empêchent de tourner la tête, ou le sexe, vers le jour sans doute, mais encore vers le plus originaire, πρότερον, en fait l’ύστέρα [matriz]. Retenus par des chaînes qui leur interdisent de se retourner vers l’origine mais/et prisonniers dans l’espace-temps du pro-jet de sa représentation. Têtes et sexes maintenues en direction de cet avant du projet, du procès, de représentation de l’ύστέρα. Ύστέρα πρότερα, soi-disant résorbée, résolue, dans le mouvement de l’ύστέρον [ad. detrás, mais tarde] πρότερον [ad. antes, ante, diante]. Ύστέρον, ce qui se trouverait derrière, mais encore ύστέρον, le plus tard, le temps d’après, l’ultérieur. Πρότερον, ce qui se trouverait en avant, mais aussi bien auparavant, l’antérieur. Défaut de l’ύστερεϊν que le πρότερειν, ou plus exactement ici le πρόσω , l’en avant, le πρόσωπον, l’en face, la face, la figure, le visage, le βλέπειν είς πρόσωπον, et encore la πρότασις , maintiendraient artificiellement par des liens, des chaînes (comme) non visibles.
Entretenant l’illusion du pouvoir devenir pleinement visible de l’origine si l’on pouvait seulement se retourner, la faire entrer dans le champ du regard, dans l’en face du visage, qui s’en trouvent là artificieusement détournés. Ne pouvant regarder qu’en droite ligne, (se) tendre en avant. Fiction perpétuée, par des chaînes, du linéaire, de la perspective rectiligne, du mouvement continu dans une seule direction. Vers l’avant. Antre qui ne peut se trouver exploré circulairement, circonscrit, délimité avec circonspection. D’où le fait qu’ils demeurent, tous, dans le même endroit – lieu même, temps même -, dans le même cercle, ou cirque, enceinte théâtrale de cette représentation.
Et la seule chose qu'ils puissent encore faire est de regarder en face d'eux ce qui se montre à eux. Étant immobilisés par l'impossibilité de se retourner, ou retouner, vers l'origine, vers l'ύστέρα πρότερα, ils sont contraints de regarder en face deux, vers se fond de l'antre - ce fond, aussi bien ce devant, cet avant -, ce projet métaphorique du fond de l'antre, qui servira de toile de fond à toutes représentations à venir. Visages, regards, sexes, maintenus dans une droite direction, tendus vers l'avant, selon une ligne droite. Direction phallique, ligne phallique, temps phallique, tournant le dos à l'origine.
De ce projet, ou procès, de déplacement, transport, transfert, métaphorisation de l'ύστέρα, ils sont toujours déjà prisonniers. Translation de l'antérieur au postérieur, de l'origine à la fin, à l'horizon, au τέλoς, qui les enveloppe, les encercle, jamais représentable mais suscitant, produisant, permettant toutes représentations, toujours déjà marquées, ou re-marquées, dans l'incessante répétition de ce même de ce même travail de projection. En toute rigueur impossible, du moins dans son accomplissement. Ύστέρα qui n'apparaîtra jamais, n'aura jamais de visage, ne se verra, présentera, représentera jamais comme telle. Mais dont le dess(e)in de représentation - impossible en son achèvement - sous-tend, englobe, encercle, connote, surdétermine, toute visée, vue, visage, trait, figure, forme, présentification, présence. Aveuglément.
Des hommes, donc, - sans détermination de sexe (?) - sont enchaînés dans/par cette translation de l'ύστέρα. Étant hors d'état de tourner la tête, et le reste. De tourner, se retourner, retourner.»
Irigaray, L., Speculum, de l’autre femme, Paris, Minuit, 1990, pp.302-304

4/2/2010



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F.B. : Escrevi sobre ela mais tarde (“Belo, Fernando (2001), “Mulher e Homem, Casa e Alma, Luce Irigaray e Platão”, in Ferreira, L. R. (org.), Também há mulheres filósofas, Caminho, pp. 187-204). Nessa altura, no Linguagem e Filosofia, tem um capítulo de citações dela, sem nada meu. Mas devo dizer que dessa coisa dela em torno da caverna não entendi grande coisa, não me entendi nesse antro.


7/2/2010


Luce Irigaray: Mulher, corpo e pensamento

Por Teresa Joaquim

“«Comme je vous aimerais si, de vous parler, j’avais la possibilité» (AM, 9) [Amante Marine. De Friedrich Nietzsche, 1980]
Os textos de Luce Irigaray falam desta impossibilidade de falar ao outro, num discurso / num corpo outro, que possam ser outros, noutra lógica que não seja a do Mesmo, essa lógica totalitária que pretende dizer o todo, sem diferenças.

O corpo e o riso

O seu trabalho tem três vertentes, a linguística, a filosofia e a psicanálise, que ela vem dinamitando, subvertendo a própria lógica de cada um desses discursos. Como se se encontrasse sempre diante da impossibilidade de repetir essas lógicas sem as interrogar, sem as transformar. Dizia ela em 1977 a G. Lapouge:

«O meu corpo resistia a esta cultura, e foi a partir dele que eu comecei a reatravessá-la. Eu tinha também o riso. Quando compreendia com que forçamentos [coups de force] Descartes, Kant, Hegel… conseguiam fechar [boucler] os seus sistemas, rebentava de riso. Os meus amigos filósofos nem sempre apreciavam…» (QL, 17, 1.ª col.) [Quinzaine Littéraire, 1-15 Sept. 1977. P.17-18]

O riso de Luce, que me lembra o riso de Sexta-Feira, como perturbava e incomodava a organização, a ordem que Robinson tinha procurado na sua ilha. Era no riso que Sexta-Feira era outro, desconhecido, estranho, perturbador, sedutor. Era no riso que Luce se dizia estranha, foi nele que foi procurar e construir uma terra / um sítio onde o seu corpo e os de outros homens e / ou mulheres se pudessem dizer. Numa ‘démarche’ que me lembra sempre esta frase que Agustina Bessa Luís disse da pintura de A. Szenes: «O espaço torna-se visível porque o invisível se reconhece…»
Assim ela torna-se andarilha, nessa travessia de textos que são constitutivos da nossa cultura ocidental, lógica, masculina. Em 1974, publica Speculum, de l’autre femme, em que vai interrogar os sistemas de Platão, Descartes, Kant, Hegel, abrir esses sistemas para tentar perceber como eles se constituíram, em que solo se erigiram, sobre que esquecimento. E será esse esquecimento o fio da sua obra, o fio com que ela tece o seu dizer, a sua escrita. Será esse fio que se irá transformar ao longo dos seus textos. Speculum é um texto «difícil», difícil na sua escrita ou difícil porque gera demasiadas resistências às suas perguntas, às suas inquietações?”
Um duplo gesto
Em 1977, publicará Este sexo que não é um/uno - livro charneira na sua obra, em que aparecem textos, entrevista dadas a grupos de mulheres, debates, etc.; livro de interrogações, de procura, em que nada (a)parece como dantes - no qual explica questões levantadas no Speculum e que irá desenvolver, articular melhor. Nele, aparecem dois tipos de escrita, uma mais 'lógica' e outra mais 'poética'. Ela explica-se assim:

«Tenho a impressão de que é preciso continuar a fazer um gesto duplo: pôr em questão a cultura 'en place', utilizando inclusive os meios discursivos dessa cultura, e, ao mesmo tempo, falar já uma outra cultura» (QL, 18, 3.ª col.).

Este texto é essencial para quem quer perceber no discurso filosófico outra coisas aí nunca dita, ou tão de passagem, como Diótima no discurso sobre o amor, no Banquete de Platão. Ela dizia a 'sabedoria do amor', que se tornou 'amor da sabedoria': aí a mulher Diótima foi esquecida/calada, recalcada. Como Alice, «à espera duma outra manhã, ela passou para detrás do espelho...».
Nos textos seguintes, ela utilizará uma linguagem poética, poesia sempre recalcada pelo discurso filosófico, que a teme como excessiva, extravasando os seus conceitos erectos e precisos, em territórios bem demarcados."
Joaquim, T., “Luce Irigaray : Mulher, Corpo, Pensamento” In: Revista Filosofia (Sociedade Portuguesa de Filosofia), nº2, pp 185-189.



Cortesia:

http://www.youtube.com/watch?v=iDp1_HXzKls&feature=results_main&playnext=1&list=PL06EE12B344EDAE76



Outras citações sobre a questão da linguagem humana. Por Fernando Belo.


Cada indivíduo é instituído enquanto membro da sua sociedade (tribo, aldeia) pela maneira como aprende os seus usos e respectiva língua e cultura. Cada língua, com o seu efeito de denominaçãos das coisas e gentes da respectiva sociedade, dá a esta uma estabilidade relativa face à anarquia inicial do mundo caótico e aleatório em que somos paridos: assim como o que se chama natureza está em constante mudança, também as gentes e os seus usos e os acontecimentos resultantes dos amores e das rivalidades, e por aí fora, aquilo tudo de que se fala e discute, tudo é movido sem cessar ao longo do tempo, com muitos erros, ilusões, ficções e mentiras, isto é, como já dizia Heraclito, tudo flui. Foi o que moveu tanto na China como na Grécia escribas pensadores a encontrarem uma forma de se poderem defender destas ilusões ligadas às disputas de interesses, encontrarem uma forma de estabilidade permitindo pensar fora ou acima do fluxo. (F. Belo, inédito)

Comment définir le langage humain ?
33. Il arrive au petit d’humain venant d’une autre ligne d’évolution que celle du mammifère qui chasse et fuit le prédateur, de l’anthropoïde qui polit des pierres pour casser des fruits, comme le psychologue russe Vygotsky l’a montré dans les années 1930. Il relève des transformations des sons de communication qui viennent se greffer sur les gestes d’habitation pour les dire en des recettes, de façon immotivée par rapport à eux, comme les différences des langues selon les sociétés nous le font comprendre. C’est cette non motivation (et non pas la traditionnelle convention venue dès le Cratyle, Aristote et les Stoïciens) qui a été la belle découverte de Saussure, dont la réduction des sons des voix a permis la mise en valeur des différences entre les signifiants comme la structure même de la langue : « dans la langue, il n’y a que des différences ». On sait comment la découverte des structures élémentaires de la parenté par Lévi-Strauss a dépendu de ce structu­ralisme linguistique appris de Roman Jakobson, mais il s’accorde aussi bien avec la différence de Vygotsky entre pensée, ou peut-être mieux compréhension[1], et langage. De même qu’on comprend comment faire en regardant les gestes des autres en leur séquence et en les imitant, on apprend à parler en écoutant leurs voix qui viennent se grapher par répétition multiple jusqu’à surgir une voix qui ne les imite pas mais leur répond. En effet, les voix autour d’un enfant sont empiriquement assez différentes entre elles dans leur sonorité et il n’y a que les différences entre ces sons qui se répètent, c’est cette répétition qui, chez l’enfant, se dégage de la pluralité sonore pour engendrer sa voix inédite et dans sa sonorité infantile et dans ce qu’il dit (et souvent fait rire les adultes). Or, la perle de la linguistique saussurienne qui permet de comprendre la logique de ce processus, c’est la double articulation du langage évidentiée par André Martinet.
34. En visitant la bibliographie autour des questions de langue et parole, de signe et valeur, dans les années 60, j’ai eu le sentiment que cette double articulation, qu’il arrivait que l’on citait, n’intervenait toutefois pas dans le débat et j’en déduis que c’était l’une des fortes raisons pour lesquelles celui-ci est resté sans conclusion. En voici une très brève preuve. Martinet avait eu la lucidité de remarquer le rapport de cette double articulation avec deux aspects de la physiologie de la parole, ce qui, au chaud de l’immanentisme structuraliste, était la moindre des préoccupations.
35. Ce sont les mots qui sont doublement articulés, liés. D’une part, ils sont liés aux phonèmes (lettres, dans l’écriture) qui le composent, dont il suffit le changement d’un(e) seul(e), d’un accent, pour qu’il s’agisse d’un tout autre mot, dont le sens n’aura la plupart du temps aucun rapport avec lui. Ce lien est constitutif du signifiant de chez Saussure, différence de phonèmes (lettres) entre eux, quoi qu’il en soit des sons des voix qui disent le mot ou des graphies qui l’écrivent : seules leurs différences comptent[2]. Or, ces phonèmes et ces lettres sont retirés strictement de la scène du sens de la communication, d’eux mêmes ils ne veulent rien dire, ne sont non plus l’image de rien, et c’est pourquoi, au contraire des caractères mathématiques, conventionnels et devenu universels dans les écoles du monde entier, les mots qu’ils permettent de composer sont immotivés, chaque langue étant immanente dans son système signifiant, c’est ce qui les rend étrangères les unes aux autres. C’est l’écueil essentiel de la traduction[3] entre deux langues sans parenté : il faut essayer de garder le même sens textuel en changeant absolument de système phonologique signifiant qui, de lui-même, n’a pas de rapport à la pensée (pour parler, on ‘choisit’ ses mots, pas les phonèmes, ni même les prépositions, articles, accords morphologiques, tout cela ‘vient’ avec, sans que l’on sache comment).
36. D’autre part, les mots sont liés entre eux, aux autres mots de la phrase par les règles de la syntaxe, à d’autres mots d’autres phrases du texte par les codes textuels (Lévi-Strauss, R. Barthes), et encore, génie de Saussure, à d’autres mots absents mais appartenant aux mêmes paradigmes sémantiques de la langue, du corpus du texte, s’il y en a. Or, ces différences sont variables, un exemple tout simple étant celui du verbe ‘faire’ dans des différentes phrases. ‘Dieu fait l'homme à son image’, ‘le cordonnier fait des chaussures’, ‘l’élève fait sa rédaction’, ‘la servante fait le lit’, ‘l'idée fait son chemin’; on ne peut commuter 'fait' avec un mot qui reste le même dans ces divers énon­cés: 'crée', 'fa­brique', 'écrit', ‘range’, 'suit', respectivement, ne va­lent pas pour les autres. Mais on ne peut pas non plus en faire cinq 'fait' séparés entre eux, les nu­méroter par ordre, hiérarchiser comme lit­téral / figuré, ou quoi que ce soit du même genre. C’est à cela que convient ce que Marcel Bréal a appelé polysémie, celle-ci est la propriété constitutive de ce que Saussure a appelé signifié. Chaque mot, les dictionnaires l’attestent, est un-et-plusieurs, signifiant-et-signifié. Or, tandis que les règles phonologiques de la langue sont très rigides, celles de la syntaxe des phrases ont une formidable souplesse qui permet quelque chose de très habituel mais quand même extraordinaire : que l’on parle très vite sans penser à ces règles tout en les ajustant aux aléas d’une conversation où l’on ne sait jamais ce que l’autre va dire et donc on ne peut savoir d’avance comment lui répondre. Les règles des langues, comme dans le cas de la voiture et des mammifères prédateurs et de leurs proies, sont faites pour l’adéquation permanente à l’aléatoire de la scène de la communication.
37. Martinet a compris donc que ce double lien se rapportait à deux structures physiologiques de la parole humaine. Le lien phonologique du signifiant rend compte d’une part de la capacité des gorges humaines d’énoncer des sons distincts et des ouïes de les discerner, qui ne va pas plus loin que quelques dizaines (à l’instar des touches de nos claviers), et d’autre part de comment le jeu de composition de mots avec des phonèmes variés permettait d’en faire des milliers et des milliers. Il y va donc d’une économie qui prend appui dans le retrait strict des phonèmes (ou des lettres)[4] et permet une scène excessive de mots, une multiplicité de choses à dire à travers eux. Toutefois, cette multiplicité rencontre d’autres limites physiologiques, celles des mémoires humaines qui ne supporteraient pas les millions de mots que l’on voudraient pouvoir utiliser tout au long d’une vie pour dire autant de choses. Les langues, au lieu de dire des ‘choses’, disent des rapports entre elles par des phrases, ce qui permet que les mêmes mots (verbes et adjectifs, par exemple, en plus des mots de liaison syntaxique) puissent servir en des situations fort différentes, quitte à ce qu’il varient de sens, cette polysémie jouant comme un excès indéfini de dire qui joue avec la capacité de nos mémoires de jouer de 3 à 4 mille mots et d’en reconnaître jusqu’à 30 mille, selon des investigations statistiques (de Mauro). Le signifiant et le signifié de Saussure caractérisent le mot en tant que ‘signe’ de choses, gestes ou abstractions, capable de composer des recettes d’usages sociaux, des récits mythiques ou quotidiens, des textes de fiction ou de savoir. À chacun sa loi : celle du signifiant, rapportée à la sonorité et à son jeu acoustique et musical, celle du signifié, rapportée à la convenance de ce qu’il a à dire, voire à sa vérité par rapport au monde. Indissociables, c’est l’évidence même, comme deux faces d’un même signe, dirait-on ; mais inconciliables aussi, ce que cette évidence-là a caché dans la thèse de l’isomorphisme de ces deux faces, déjà implicite chez Saussure dans la fameuse et fausse métaphore des deux versants de la coupure d’une feuille de papier, car justement il ne s’agit pas d’une mais de deux coupures qui n’ont aucun moyen de coïncider. Le signe, philosophique[5], a caché la valeur, la différence linguistique, la découverte de Saussure, tout au moins en sémantique. On peut faire valoir deux manifestations de cette inconciliabilité des deux lois. D’un côté, la poésie est la façon ‘impossible’ de jouer sur ce double lien, les rythmes et rimes rendant impossible de calculer d’avance un poème, d’en faire le plan : c’est cette ‘impossibilité’ que les Romantiques ont appelé ‘inspiration’ et tellement vanté, l’esprit de chaque langue dans ses signifiants et dans la culture qui en a résulté contre la raison qui se veut universelle, de la loi de la vérité du lien du signifié. De l’autre côté, la grande invention de la philosophie dont les sciences ont ensuite hérité a été celle de la définition, consistant justement à fixer la signification du terme défini de façon à ce qu’il reste le même quel que soit le contexte, c’est donc une arme contre la polysémie. Mais elle a dû, de même que les sciences, continuer à se faire en langue doublement articulée et donc à en subir les difficultés, ce qui est devenu manifeste quand sa région d’exactitude formelle, la logique, s’est mathématisée et a donc quitté les langues dites péjorativement ‘naturelles’, à cause de leurs ambiguïtés : c’est leur double lien qui a été ainsi quitté. Le signifiant immotivé et intraduisible en tant que tel, dans sa loi de jeu sonore, résiste à celle de l’adéquation des mots et des phrases, à la loi de la vérité de ce qu’il y a à dire (qui oblige le mensonge à se déguiser en vérité).
38. Cette double articulation ou double lien du langage des humains[6] permet d’éclairer un autre point du débat des années 60, le rapport entre langue et parole. La parole est double, indissociablement voix - séquence de phonèmes en leurs intonations - et discours - jeu de différences signifiantes et sa polyphonie de sens -, logos qui recueille les choses du monde, les lie et expose comme ce qui n’a de sens que d’être son autre. Rien de sensible, de matériel, car différence entre des sons, mais pas intelligible non plus, ce qui résiste à cette antique opposition, à toute opposition métaphysique, Derrida l’a montré ; le sens n’est jamais ‘là’, saisissable en ce lieu et moment, car renvoyant toujours au déjà-dit et au différé à venir, défiant donc la paisible évidence du passé, présent et futur, notre évidence, ‘comme je te le dis’. Mais si la voix s’entend et son discours se comprend, la langue, elle, n’est que ce qui permet l’entente entre parleurs d’une société : « n’étant pas une fonction du sujet parlant », elle est « nécessaire pour que la parole soit intelligible et produise tous ses effets », disait Saussure (p. 30 et 37). De même qu’une ‘société’ ou une ‘espèce biologique’, on y reviendra, une ‘langue’ n’existe pas en elle-même, n’est repérable que dans ses effets dans les paroles dites et écrites[7] ; c’est elle toutefois, elle seulement, qui se transmet de l’un à l’autre, de génération en génération de locuteurs, scribes et lecteurs.



[1] Ce mot aurait l’avantage de dire la suite évolutive de la ‘préhension’ des vertébrés par la bouche qui chasse et le ‘co-‘ les stratégies de construction de nids et de prédation des oiseaux et mammifères. C’est l’ensemble du neo-cortex de ceux-ci qui en est graphé, ainsi que les cerveaux humains par les gestes des usages de type technique, alors que le langage sonore vient plus tard s’inscrire sur les aires de Broca et Wernicke.
[2] C’est où se situe le gros problème dans les essais de faire ‘écrire’ les voix directement sur l’ordinateur, sans passer par le tablier, et celui de réussir un scanning rigoureux des manuscrits, voire des différentes typographies.
[3] C’est sans doute la raison pour laquelle il n’y a pas de théorie de traduction ni d’ailleurs de théorie de dictionnaire, deux activités qui restent tout à fait empiriques, livrés à l’art de ceux qui les cultivent : il n’y a pas de rapport entre le(s) sens d’un mot et ses phonèmes, chacun dépend de sa loi et elles sont incompatibles.
[4] Dans les écritures on ne trouve ce double lien que dans les alphabets. Les occidentaux qui essayent d’apprendre à lire le chinois se trouvent devant une difficulté de taille, celle de mémoriser les milliers de caractères utilisés.
[5] Motif philosophique venu des Stoïciens qui, dans l’hellénisme, se sont trouvés devant la situation de plurilinguisme et des tâches de traduction, que la paire nom / chose des Grecs qui ne connaissaient que leur langue a ignoré. Les Stoïciens, leur fondateur étant de langue sémite a appris le grec à l’école, ont ajouté au nom / chose le lekton, la signification des dictionnaires, ‘incorporel’.
[6] Du point de vue phénoménologique que l’on esquisse ici à partir des grandes découvertes scientifiques du 20e siècle qui se prêtent à la structuration en double lien, la grammaire générative ne s’y prête pas, ne peut pas être retenue en tant que science phénoménologique (elle est structurellement dépendante de la représentation classique qui oppose sujet et objet, comme le souligne le recours du fondateur à Descartes).
[7] Ce qui implique qu’elle se déplace avec les régionalismes et différences de classes et autres, que les linguistes soient toujours obligés à faire des délimitations plus ou moins arbitraires pour leurs études.
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Belo, F., La philosphie avec sciences au xx siècle, Paris, L'Harmattan, col. comprendre, 2009.

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Quatre types d’inscription

41. Ce statut paradoxal du langage, d’être la portion du Monde qu’il dit sans être lui-même une ‘chose’ du monde, le paradoxe de la recette qui est et n’est pas l’usage qu’elle raconte, lui vient d’être une inscription qui ne vaut qu’en tant que telle. D’une façon générale, une inscription est le résultat d’un travail de transformation d’une matière donnée, faite en vue d’être reconnue en tant que telle par les usagers de la tribu et pour durer, en principe au-delà de la mort de celui qui l’a inscrite (Grammatologie). Une maison, un meuble, un outil, ce sont des inscriptions, mais qui ont une fonction d’habitation spécifique qui justifie leur invention. Le langage, lui, est une inscription dans une matière autre (les ondes sonores émises par les gorges humaines, une feuille de papier, les jeux sonores magnétiques des télégraphes Morse, etc), une matière d’emprunt, disons pour emprunter la définition que le philosophe Alain a donné de la peinture : « l’inscription dans une matière d'emprunt »[1], c’est-à-dire une ma­tière existante déjà, dans sa consistance avant l’invention de l’inscription dans laquelle elle vient s’inscrire : le langage, comme la peinture, mais aussi la musique et les chiffres de la mathématique, tous relèvent de l’inscription, laquelle se suffit à elle-même hors d’autres fonctions d’habitation. Ces quatre grands types n’ont pas de nom commun (‘langage’ ou ‘symbolique’ ne valent pas également pour tous) et pourtant ils laissent se décrire dans leur structure par comparaison les uns avec les autres, en rapport contrasté avec le double lien du langage. Mais avant d’en dessiner le carré quasi synoptique, il n’est pas inutile de s’arrêter sur une typologie linguistico-textuelle, due au grand linguiste Émile Benveniste, qui permet de classer les grands corpus de l’écriture occidentale.
42. On sait qu’il a proposé deux distinctions dans la grammaire des langues de l’indo-européen, concernant des unités linguistiques qui se rapportent directement à l’instance d’énonciation, à la situation de relation entre locuteur et auditeur[2]. Il a d'abord dis­tingué deux systèmes dans ce que l'on ap­pelle les pro­noms per­sonnels : celui de la personne (je / tu et nous / vous) et celui de la non-personne (il, elle et leurs plu­riels), le premier mar­quant un rapport à l'instance d'énonciation du dis­cours (celui qui parle et celui qui écoute) que le second exclut. Je indique « la personne qui énonce la présente instance de discours conte­nant je », tu « l'individu allocuté dans la présente instance de discours conte­nant tu » (pp. 252-3). Il a dis­tingué, d'autre part, deux systèmes dans la morphologie des temps des verbes, les deux comportant des temps antérieurs et postérieurs : l'un axé autour du 'présent' comme temps de l'énon­ciation du dis­cours (le présent étant le temps où je parle) et l'au­tre autour de l'aoriste (ou passé simple), marquant un 'temps passé' (ponctuel, concernant un événement), qui exclut le 'présent' de l'énonciation. Il a re­mar­qué d'au­tres paradigmes syntaxi­ques se­lon le même clivage, des mar­ques qui n'ont de sens que par rap­port à l'instance de l'énoncia­tion discursive (comme ‘je’, ‘tu’ et le pré­sent), d'autres qui ex­cluent essen­tiellement ce rapport. Soit pour le temps, les ad­verbes ‘mainte­nant’ (égal à ‘au moment où je parle’), ‘aujourd'hui’, ‘hier’, ‘de­main, rapportés au temps de celui qui parle, contre ‘en ce moment-là’, ‘ce jour-là, ‘la veille, ‘le len­demain’, où ce rapport n’existe pas. Pour la to­po­graphie: ‘ici (= à ‘lieu où je suis, moi qui parle’), ‘là’ (= ‘lieu où tu es’), rapportés au lieu de la parole, ‘en ce lieu’, sans ce rapport. Enfin, il a repéré la marque d'ostension ‘ce’ (= « l'objet désigné par osten­sion simultanée à la présente instance de discours », p. 253, latin hic/iste). On pourrait ajouter l’adverbe ‘ainsi’ ac­com­pa­gné d'un geste de monstration. À partir de ces distinctions, il parle de « deux plans d'énonciation diffé­rents » (p. 238), le « discours », disons le discursif, structuré par les systèmes qui ont rapport es­sentiel à l'instance discursive (orale ou écrite, avec quelques dif­férences entre leurs marques respectives), et « l'histoire », di­sons le narratif, structuré par ceux qui excluent ce rapport. Dans ce der­nier cas, « à vrai dire, il n'y a même plus alors de narrateur; [...] personne ne parle ici, les évé­nements semblent se raconter eux-mêmes » (idem, p. 241). Donc, un récit peut être raconté par quelqu'un d'autre sans changer ses formes syntaxi­ques, il peut être cité incessamment, ré-cité, puis­qu'il ne marque pas de lui-même le rap­port à l'énoncia­tion.
43. Dans l'un de ces textes, sans se rendre compte qu'il vise aussi ses textes à lui, Benveniste dit au passage que l’ « on peut imaginer un texte linguistique de grande étendue - un traité scientifique par exemple - où je et tu n'apparaîtraient pas une seule fois » (idem, p. 252). Ce n'est donc pas un discursif. Serait-ce un narra­tif ? sans verbes à l’aoriste, sûrement pas non plus. Il doit donc y avoir un troisiè­me type de texte, au-delà des deux proposés, et de fait Benvenis­te en dessine les traits dans d'autres textes, sans se rendre compte, son propos théorique y étant autre, qu'il est en train de compléter la typologie du paragraphe antérieur. C'est notamment au texte sur « La phrase nominale » dans le même re­cueil qu'il faut avoir recours pour reconnaître ce que l’on peut appeler le gnoséologique, en tant que troisième type linguisti­co-textuel, où la manière de caractéri­ser ces sys­tèmes échappe à la différence lan­gue / parole ou phra­­se / texte, qui, chez lui comme chez Saussure, sépare linguistique et sémio­logie. Pour abréger, et en jouant aussi sur le texte « Être et avoir dans leurs fonctions linguistiques », on dira que ce troi­sième type – à base de définitions d’essences intemporelles et d’arguments sur elles - ex­clut, non seule­ment les marques qui ont un rapport es­sentiel à l'ins­tance énoncia­tive, à l'instar du narratif, mais aussi le sys­tème des temps ver­baux typique de celui-ci, car, à l'instar de la phrase nominale, il exclut la fonction verbale elle-même, telle que Ben­veniste la ca­ractérise comme organisant la structure de l'énoncé et prédicant la « réalité » (d'un ordre différent de celui du langage lui-même, idem, p.154). En effet, en s'appuyant sur certaines affirmations de Benveniste (et en contredisant d'autres, de moin­dre importan­ce, dans ces deux textes), on peut prétendre que, dans les lan­gues indo-euro­péennes, notamment les lan­gues an­ciennes aux­quelles il restreint son ana­lyse comparative de la phrase no­mi­nale (idem, p.158), la copule n'a que deux formes, le singulier et le pluriel (est / sont) - mais le nombre relève du nom, pas du verbe - et ex­clut donc les modes, les temps, la personne et la non personne, l'aspect (parfait / im­parfait) et la voix (active / passive / moyenne), c'est-à-dire toute la morpho­logie du verbe indo-européen. C'est dire que la copule n'est pas un verbe : « com­plètement différente [du verbe ‘être’] est la situation de la ‘copu­le’, dans un énoncé po­sant l'identité entre deux termes no­minaux ; ici l'expression la plus gé­nérale ne comporte aucun verbe ; c'est la ‘phrase nomina­­­­le’..." (idem, p. 188). On peut donc prendre Ben­veniste au mot et en­chaîner sur le texte à copules - le texte gno­séologique, tel ce­lui des sciences et de la philosophie dont on s'occupe ici - ce qu'il avance pour le se­cond type d’ « emploi de la phrase nomi­nale : [...] elle sert toujours à des assertions de caractère gé­néral, voire sentencieux. [...] La phrase nominale [le texte gnoséo­logi­que] vise à convaincre en énonçant une ‘vérité générale’ ; [...] elle ne com­muni­que pas une donnée de fait, mais pose un rapport in­tempo­rel et permanent qui agit comme un argument d'autorité ; [...] n'est [jamais] em­ployée à dé­crire un fait dans sa particularité » (idem, pp.162-3); « [...] elle pose un absolu [...] étant apte à des asser­tions absolues, la phrase nominale [le texte gnoséo­logi­que] a valeur d'argument, de preuve, de référence […] c'est, hors du temps, des person­nes et de la cir­constan­ce, une vérité[3] proférée comme telle » (idem, p. 165). Et en­fin: « dès qu'on y introduit une forme verbale [ce que la copule n'est pas], la phrase nominale perd sa valeur propre, qui réside dans la non variabilité du rapport entre l'énoncé linguistique et l'ordre des choses » (idem, pp. 166-7).
44. Il est aisé de reconnaître la dominance de ces trois ty­pes linguistico-textuels dans les grands corpus littéraires de l'Oc­cident - 1º ré­cits, mythes, contes, romans, histoires, 2º dialogues, lettres, confessions, poèmes, oratoire, 3º philosophie, logique, sciences[4]. Mais il faut convenir que chacun peut intervenir peu ou prou dans l'autre, les discours des personnages dans un ré­cit, des marques de l'énonciateur dans un traité, un récit y donné en exemple, etc., voire même des hybrides comme un dia­logue gno­séologique ou un récit auto­bio­graphique, ou encore le passage d'un récit en ‘je’ au gnoséolo­gi­que[5].
45. On a signalé au passage que l’invention de la définition par l’école socratique de philosophie mettait en question la polysémie du signifié : citée au dedans d’un corpus scolaire spécialisé, la définition ne devrait pas varier de sens, comme s’il ne relevait que d’une seule articulation du langage ; le texte gnoséologique soutenait ainsi, par exemple, la prétention d’une philosophia perennis, qui serait restée la même à travers les siècles de l’histoire intellectuelle de l’Occident, malgré leurs innovations et leurs débats, auxquels l’école se devrait d’être immune. À l’autre extrême, on l’a souligné aussi au passage, le poème (discursif ou narratif) joue, de façon non susceptible d’explication raisonnée, sur le double lien des mots pour accorder énigmatiquement son jeu signifiant et sa pensée. Le langage joue donc sur plusieurs possibilités ouvertes par son double lien : entre deux extrêmes, l’un du côté des arts, l’autre des sciences, il permet la vie quotidienne des humains, les usages et les événements selon des narratifs, les expériences personnelles que l’on se transmet selon des discursifs. Les trois autres types d’inscriptions se rangent, deux du côté des arts, l’autre de celui des sciences, mais les chiffres et les images jouent aussi un rôle dans ce quotidien que ne semble pas avoir la musique.


[1] Cité par P. Somville, Essai sur la Poétique d'Aristote, J. Vrin, 1975, p. 46.
[2] E. Benveniste, 1966, pp. 225-266 (arguments concernant cette trilogie dans Belo, 1991a).
[3] Mais l'erreur, philosophique ou scientifique, peut aussi avoir lieu dans un texte gnoséologique. On pourrait dire sommairement que chacun de ces types lin­guistico-textuels a son registre de 'vérité' : opposé au ‘mensonge’ dans le dis­cursif, à la ‘fiction’ dans le narratif, à l' ‘erreur’ dans le gnoséologi­que.
[4] Il sera donc important dans l’économie de ce texte, notamment dans sa 3e partie.
[5] C'est le cas du 4e chapitre du Discours de la méthode, qui a besoin de la démonstration de l’existence de Dieu pour passer du ‘singulier’ discursif au ‘général’ gnoséologique, du ‘je pense donc je suis’ (autobiographique: moi, René, je pense) à la confirmation de la ‘règle philosophique géné­rale’: « que les choses que nous concevons [‘tous con­çoi­vent’] fort clairement et fort distincte­ment sont toutes vraies n’est assuré qu’à cause que Dieu est ou existe... ».

Belo, F., Op. cit.






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