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30 de Março de 2012, às 21h30
Lançamento de Heidegger, pensador da Terra, da autoria de Fernando Belo.
2ª edição, acrescentada de alguns textos posteriores, do Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa.
Na Sala Eduardo Prado Coelho da Fábrica de Braço de Prata, com apresentação por Irene Borges Duarte e Nuno Nabais
Embora deteste a mania actual dos rankings e apesar da mancha intelectual que representa a sua adesão ao nazismo, tenho Heidegger como o filósofo mais importante do século XX.
O que chamamos filosofia, textos gnosiológicos de argumentação sobre essências, não teria passado de ‘literatura sapiencial’ sem a invenção da definição por Sócrates, Platão e Aristóteles : ela arranca os entes ao contexto do seu mundo para, comparando-os assim, lhes definir essências intemporais aos olhos da ‘alma’. Também os laboratórios científicos (Galileu e Newton consideravam-se filósofos da Natureza) retiram os fenómenos a conhecer do mundo, fazem deles ‘objectos’ para ‘sujeitos’ (Descartes, Kant).
Ora, o motivo do ser no mundo de Heidegger consiste na inversão desse movimento de arrancar ao contexto, no retorno do pensamento filosófico ao nível 'existencial' dos humanos, aquém da definição, permitindo indagar das implicações desse gesto inaugural, ultrapassar enfim dicotomias com mais de vinte séculos – ser e tempo, alma e corpo, sujeito e objecto – , ganhar uma compreensão global da história filosófica e científica do Ocidente, no tempo em que o que ela permitiu produzir como técnica estava a começar a espalhar-se pelas outras grandes civilizações do planeta (F. B.).
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